Crítica
Pizza sabor pepperoni com rebeldia
Por Jader Galam Ruivo | 13/02/2024
Minha nota:
Esses dias mesmo eu conversava com um amigo próximo sobre como as animações atualmente parecem estar cada vez mais saturadas. Sabe aquela fórmula Disney de ser? Coloca um protagonista legal aqui, joga um conflito aqui e um vilão ali e no final termina com um baita discurso hiper moralista do protagonista que parece que é o fim de um filme de autoajuda. Eu sinto que tá cada vez mais sem sal, e as animações indies estão brilhando cada vez mais (ainda bem). Chega um ponto que é quase que necessário ressuscitar franquias antigas para dar um suspiro para o interesse do público, basta olhar a grade de próximos filmes da Disney.
Qualquer um nascido nos anos 1980 até o início dos anos 2000 conhece Leonardo, Michelangelo, Donatello e Rafael, não os pintores renascentistas, mas As Tartarugas Ninja. Os quatro são símbolos da cultura pop, desde desenhos, passando por filmes, HQs, músicas e diversas outras coisas.
As Tartarugas Ninja: Caos Mutante representa um revival da franquia para a nova geração. Na última década quase nada de relevante sobre as quatro tartarugas foi lançado na mídia, claro, teve um filme aqui, um desenho ali mas nada que impactasse. Já neste longa a história é outra, talvez este seja a maior adaptação d’As Tartarugas Ninjas da história.
O filme é um reinício definitivo, contando uma nova origem do quarteto e claro do inesquecível Mestre Splinter (Jackie Chan). Pela primeira vez, um longa das tartarugas não aborda apenas cenas de lutas extasiantes, uma origem bacana, mas também aborda o amadurecimento daqueles personagens, desde a infância até a adolescência/adulta.
Eu acho super bacana também como a adolescência do quarteto coincide muito com a adolescência atual de 2023/2024, eles falam sobre Attack on Titan, sobre Marvel, sobre BTS entre outros marcos atuais da cultura pop, além, é claro, da relação Mestre Splinter que é o ‘pai’ das tartarugas, que está sempre gerando conflitos.
A realidade é que a palavra mais significativa para descrever o longa é “merecedor”. A franquia MERECIA demais esse suspiro, essa ressurreição, essa projeção para os jovens de hoje, e esse gostinho de quero mais para fãs já de longa data. Além de que é um tapa na cara para grandes empresas produtoras de filmes animados atuais, já que este envolve desde um roteiro maravilhoso até cenas de luta impecáveis com uma animação LINDA de cair o queixo.
Com um elenco de peso que vai de John Cena até Post Malone, os personagens não deixam a desejar, já que cada um tem seu tempo de tela perfeito.
A trilha sonora é talvez uma das melhores do ano anterior na minha opinião, composta por Trent Reznor e Atticus Ross, ambos do Nine Inch Nails, capta a vibe oitentista mesclada com a atual de uma forma indescritível, vale ouvir e reouvir no Spotify várias vezes.”
As Tartarugas Ninja: Caos Mutante é uma prova de que Leonardo, Rafael, Michelangelo, Donatello e Mestre Splinter nunca cairão no esquecimento popular. O longa marca um novo auge para a franquia e reforça que aqueles 4 adolescentes nunca envelheceram, por mais que já passaram-se 40 anos, serão para sempre jovens.
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